Os Estranhos Poemas Perdidos do Senhor Rumpel

''Louco ou sonhador
Dá-se a chance de viver,
Pois se a vida é mais que isso,
Dei-me a chance de saber.''

 O mundo me é são, mas somente, quando eu não estou. Louco, quando de não doido, me disfarço. Primeiro ao último ato.

 Ah! Loucura que me reaparece todos os dias quando volto a dormir. Meus olhos se abrem, os sons do mundo me chegam... Minha cabeça dói sonolenta enquanto suspiro profundamente e reconheço aquela canção infantil cantarolada por aquelas almas lá fora... Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si...
E me levanto de meu leito.
Torno a fazer parte do sonho comunitário. Um mundo intolerante e aterrorizado, na maioria das vezes. Onde não só os desejos dos bons tomam forma, como os dos perversos ganham força. Onde não somos nada além de uma insignificante voz sem personagem e peso, onde somos esquecidos por nós mesmos diante das pavorosas insanidades dos demais... E da reação de nossas próprias por estas condições.
Mas me acalmo, pois estou louco como todos, e voltarei a descansar a noite, no mundo real. Com paz e segurança, sobriedade e lucidez. Onde apenas o meu universo existe.

Trechos  do livro de suzo Bianco.