Em nome da amizade e do apertar de botões
Tales of Graces f não serve como pretexto para começar
a gostar do gênero. Funciona muito melhor quando você é um apreciador
de JRPGs, conhece os trejeitos da franquia Tales of e já
carrega uma experiência de batalha dentro do sistema de combate do jogo.
As referências dos jogos anteriores serão muito melhor recebidas se
comparadas aos jogadores de primeira viagem. É claro que a falta de
conhecimento da franquia não é um pretexto para você deixar, sequer, de
experimentar e descobrir do que o jogo se trata. A questão é que Tales of Graces f é tão enraizado em conceitos dos RPGs japoneses (e da própria franquia) que, em tempos de Skyrim, você pode não ser muito receptível à experiência.
A história gira em torno de Asbel Lhant, filho mais velho e sucessor do
barão Aston Lhant, governador das terras próximas à fronteira do reino
de Windor com as montanhas geladas de Fendel. No entanto, Asbel sonha em
se tornar um cavaleiro à serviço do rei de Windor, não um governador
cheio de serviços burocráticos. Junto de Sophie, garota misteriosa que
Asbel conhece em uma aventura qualquer e Richard, futuro rei de Windor,
eles selam um pacto de amizade, e como já era esperado, servirá de
âncora para toda a trama.
O jogo é dividido em duas parte, uma quando todos ainda são crianças
inocentes e outra, com eles já adultos e castigados com os ventos da
mudança e decepção. A evolução do personagem começa, de fato, a partir
da segunda parte do jogo. Lá já somos apresentados ao novo estilo de
combate do game, que mistura habilidades passivas, comandos com
direcional e uma barra de ação semelhante à encontrada no remake para
PS2 de Tales of Destiny (que não veio para o ocidente).
Combate renovado
Acontece que, quanto mais golpes de espada você acertar no oponente,
mais energia você vai recuperar quando embainhá-la. Para os comandos
armados, eles funcionam basicamente como em todo Tales of. Você
determina as técnicas que serão usadas no menu do personagem e usa o
direcional para acioná-las. No caso dos ataques de socos e chutes, além
de variar a direção que você aponta, a quantidade de vezes que você
aperta o botão antes de cada comando é fundamental. Ao contrário das
técnicas de espada, as habilidades adquiridas para o Style A (a espada seria o Style B) são passivas. Misture tudo isso com sua barra de Chain Capacity e tenha um dos melhores sistemas de combate de todos os Tales of já lançados.
Aos iniciantes, a cada Tales of lançado, uma nova mecânica de
combate é posta aos jogadores. Não é sempre que eles recriam a mecânica
do zero, mas alguns tweaks são bastante impressionantes. Como em Tales
of Phantasya, o primeiro da linhagem, que inseriu um acessório ingame
que fazia com que o jogador usasse todos as técnicas especiais ao mesmo
tempo, transformando a batalha numa espécie de Street Fighter RPG -
comandos como meia lua, 'shoryuken' e meia lua invertida faziam parte do menu. O 'Chain Capacity'
foi uma tentativa de inovação para o lançamento do remake para PS2 de
Tales of Destiny (sem uma versão ocidental). Esse 'CC' elimina o uso da
barra de TP (similar à barra de MP de FF), deixando-o livre da avareza
de poupar magias.
O Chain Capacity delimita a quantidade de golpes que você pode realizar por "turno". Sabemos que Tales of
é um JRPG de ação, que opta pela batalha em tempo real, com você
controlando seus personagens livremente, mas nem por isso ele é livre de
turnos. A quantidade de golpes que é possível aplicar a cada investida é
limitada graças a sua barra de CC. Essa barra limita golpes comuns e
técnicas especiais, que podem ser administrados de acordo com a
quantidade marcada na barra - golpes normais gastam um ponto, enquanto
técnicas especiais começam em dois pontos.
Os avanços rápidos (ou esquivas) e também a movimentação 360° gastam a
barra de CC, devido ao caráter especial do movimento. Apesar da arenat
ser 3D, você controla seu personagem de forma linear na hora do combate,
deixando de lado a liberdade de movimentação inaugurada em Tales of
Abyss. As batalhas tornam-se um pouco mais estratégicas, mas não menos
divertidas.
Confesso que aguardo ansiosamente por Tales of Xillia, o mais novo
título da franquia. Fiquei decepcionado com o anúncio da versão
ocidental de Tales of Graces f - o f vem de "Future",
indicando que o jogo traz um epílogo extra (e inédito) em comparação à
versão de Wii. Mas tudo mudou quando pus as mãos no jogo. O combate é
excelente, elevando absurdamente a diversão. E se eu tenho algo do que
reclamar, é da dublagem, que ainda não foi dessa vez (nenhum Tales of dublado em inglês consegue chegar aos pés do seu original). É um Tales of com tudo que ele tem que ter por obrigação, sem deixar nada a desejar. .
Por:Jefferson Kayo
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